O Estouro da Bolha

Como experimentamos a economia mais robusta de que há memória, com pleno emprego, salários em alta, vendas recordes no varejo e comércio internacional em expansão, foi o orgulho dos líderes governamentais e dos partidos políticos.

Então, a ilusão de estabilidade na economia e no sistema financeiro evaporou-se rapidamente. A natureza vulnerável do sistema foi rapidamente exposta quando um vírus misterioso colocou o mundo de joelhos. A confiança no alardeado milagre econômico foi destruída quando uma obscura doença começou em Wuhan, China, em Novembro de 2019 e rapidamente se tornou uma pandemia global. Um grande pânico se seguiu enquanto as nações “fechavam” para evitar uma perda devastadora de vidas.

Este estouro da bolha econômica não deveria ter sido uma surpresa, considerando o sistema financeiro moderno. É baseado numa ideia na qual todos os jogadores devem acreditar. Milhões de funcionários em todos os setores dependem de serem pagos regularmente. Cada dia de pagamento, eles recebem um cheque de pagamento físico ou um depósito direto em sua conta bancária. O beneficiário recebe um pedaço de papel com alguns números que representam salários ou outra compensação. Após o depósito, recebe-se um recibo de depósito com alguns números. A pessoa então paga as contas mensais ou faz compras usando cheques físicos, cartões de crédito ou débito, todos os quais envolvem a troca de números que representam o valor ou preço da transação.

Neste processo, nada de valor mudou de mãos (isto é, exceto o próprio trabalho!). Tudo se baseia em uma ideia, um sistema de transações financeiras. O sistema funciona apenas se todos na cadeia de eventos acreditarem no sistema e aceitarem o conceito de que os números no cheque, recibo, nota fiscal, etc. são uma reserva válida de valor. O sistema é um arranjo financeiro frágil, sujeito aos caprichos do pânico ou da instabilidade.

Como chegamos a esta situação? No início da história dos Estados Unidos da América, a moeda com curso legal era lastreada, pelo menos em parte, por ouro  / ou prata atual. Em 1934, o Congresso aprovou o Gold Standard Act que removeu o ouro como base para o dólar e tornou-se ilegal para os cidadãos Americanos possuir ouro. Em 1975, tornou-se novamente legal a posse de ouro por indivíduos. As notas de dólares americanas eram originalmente "Certificados de Prata", o que significa que podiam ser trocadas por prata física. Isto mudou em 1965, quando o dólar se tornou uma nota do Federal Reserve, não mais lastreada em prata. Embora os metais preciosos sejam uma reserva tradicional de valor, até eles podem falhar em tempos de crise. O profeta Ezequiel escreveu: “A sua prata lançarão pelas ruas, e o seu ouro será como imundícia; nem a sua prata nem o seu ouro os poderá livrar no dia do furor do Senhor”(Ezequiel 7:19).

Meu ponto é que a prosperidade pode ser uma ilusão com base nas condições atuais, sujeita a mudanças repentinas e drásticas. Um sistema doentio pode entrar em colapso quando sua bolha financeira estourar.

A Bíblia declara: “Não confieis em príncipes nem em filhos de homens, em quem não há salvação” (Salmo 146: 3). O Rei Davi colocou assim: “Em Deus tenho posto a minha confiança; não temerei o que me possa fazer o homem ” (Salmo 56:11). Jesus instruiu:

Por isso, vos digo: não andeis cuidadosos quanto à vossa vida, pelo que haveis de comer ou pelo que haveis de beber; nem quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o mantimento, e o corpo, mais do que a vestimenta?  Olhai para as aves do céu, que não semeiam, nem segam, nem ajuntam em celeiros; e vosso Pai celestial as alimenta. Não tendes vós muito mais valor do que elas?  E qual de vós poderá, com todos os seus cuidados, acrescentar um côvado à sua estatura?  E, quanto ao vestuário, porque andais solícitos? Olhai para os lírios do campo, como eles crescem; não trabalham, nem fiam.  E eu vos digo que nem mesmo Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles.  Pois, se Deus assim veste a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada no forno, não vos vestirá muito mais a vós, homens de pequena fé?  Não andeis, pois, inquietos, dizendo: Que comeremos ou que beberemos ou com que nos vestiremos?  (Porque todas essas coisas os gentios procuram.) Decerto, vosso Pai celestial bem sabe que necessitais de todas essas coisas;  Mas buscai primeiro o Reino de Deus, e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas. Não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal” (Mateus 6: 25–34).

O que podemos aprender com este momento desastroso? Uma verdade básica é que “ A soberba precede a ruína, e a altivez do espírito precede a queda” (Provérbios 16:18). Como nação, nosso grande orgulho na economia agitada era evidente para todos. Deus deixa claro que há um limite para Sua paciência. “Ai da nação pecadora, do povo carregado da iniquidade da semente de malignos, dos filhos corruptores! Deixaram o Senhor, blasfemaram do Santo de Israel, voltaram para trás”(Isaías 1: 4). Alguém pode negar que estas palavras descrevem este momento da nossa história?

Enquanto milhões de pessoas enfrentam a incerteza provocada pela pandemia e o estouro da bolha econômica resultante, devemos perceber que não podemos contar com o sistema ou procedimentos governamentais. No entanto, podemos confiar que Deus fará a Sua parte se fizermos a nossa. A chave é “Mas buscai primeiro o Reino de Deus, e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas” (Mateus 6:33).

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